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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Fadas

A literatura da Idade Média e os contos infantis maravilhosos, nos ensinam que as fadas são seres femininos dotados de poderes sobrenaturais. Fisicamente, aparecem sempre com traços de uma jovem dama de beleza excepcional, ricamente vestida com trajes cujas cores dominantes são o branco, o ouro, o azul e sobre tudo o verde. Sua varinha mágica com uma estrela na ponta é símbolo de seus poderes mágicos. Está ainda dotada de uma sedução a qual mortal nenhum pode resistir. As crianças a adoram como sua mãe; os jovens se apaixonam perdidamente por ela e lhe consagram corpo e alma.

A fada é o ideal feminino, símbolo do "anima", que encarna a virgem, a irmã, a esposa e a mãe. É a mulher por excelência, perfeita e inacessível. É também um agente da Providência, que distribuiu riqueza, fecundidade e felicidade, ajudando os heróis em perigo e servindo de inspiração para artistas e poetas. A fada, é ainda, uma fiandeira do destino, como as Parcas romanas e as Moiras gregas. São elas que tecem o fio da vida e assistem o nascimento das crianças humanas para presenteá-los com dons. São elas também, quem rompem esse fio e anunciam a morte dos seres humanos, antes de levá-los a seus palácios encantados, no País das Fadas.Mas a fada, é por último, uma divindade da natureza, associada especialmente as árvores, aos bosques, as águas das fontes e das flores dos jardins. Aqui elas já aparecem com um aspecto não tão nobre e altivo das damas surgidas nas novelas da Idade Média e sim com a forma de uma pequena criatura, apenas vestida com telas translúcidas em tons pastel e dotada de asas de libélula.Como podemos acompanhar, muito já se fantasiou a respeito das fadas, mas pergunta-se: mas quem são e como são realmente as fadas?

As fadas são uma raça de donzelas quase imortais, às quais os primitivos nativos da Itália davam o nome de "Fatae". O culto medieval siciliano das fadas, bem documentado pela Inquisição Espanhola, estava associado à Deusa Diana, que os italianos há muito tempo já chamavam de "A Rainha das Fadas". Diana era cultuada na Itália no Lago Nemi, onde outrora existira seu templo (500 a. C.).As fadas italianas formavam grupos chamados de "Companhias" como a "Companhia dos Nobres" e a "Companhia dos Pobres". Tanto os homens quanto as fadas pertenciam a estas "Companhias", que eram essencialmente matriarcais, embora se encontrassem nelas elementos masculinos. Essas fadas, possuíam o poder de abençoar os campos, curar doenças e atrair a boa sorte. Somente através de preciosos presentes, podia-se aplacar a ira de uma fada e livrar-se de seus encantamentos. Tais oferendas só seriam aceitas se depositadas através das mãos de mulheres humanas.Porém, o mais antigo registro das fadas, retratadas como pequenos seres alados, surgiram na arte etrusca à cerca de 600 a. C., na forma de "Lasa", espíritos do campo e das floresta. As Lasa eram descritas como pequenos seres humanos alados que flutuavam sobre um recipiente com incenso ou sobre uma bacia votiva. Estas primeiras fadas, estavam também associadas ao culto dos ancestrais e eram encontradas nos templos etruscos. Estavam ainda, identificadas com a vegetação e com todos os segredos da Natureza.

A palavra "fairy" (inglesa), conhecida hoje é bem recente e foi usada, as vezes, para denominar mulheres mortais que haviam adquirido poderes mágicos, tal como a usou Malory para Morgan le Fay. Mas "fairy" originalmente significava "fai-erie", um estado de encantamento e se transferiu do objeto ao agente. Se dizia que as próprias fadas desaprovavam essa palavra e gostavam de ser chamadas com termos eufemísticos como: "Os Bons Vizinhos" ou "Boa Gente". Ao longo das Ilhas Britânicas se utilizam muitos nomes para as fadas.A palavra francesa "fai", procedia originalmente do italiano "fatae", as damas feéricas que visitavam as famílias quando havia um nascimento e se pronunciavam sobre o futuro da nova criatura, tal como faziam as Parcas.

As imagens das fadas só vieram a surgir na arte celta após a ascensão do cristianismo, ou seja, depois da ocupação romana.Hoje, acredita-se que o povo de Tuatha de Danann está associado ao Reino das Fadas. Isto se deve a sua misteriosa aparição às Ilhas Britânicas envoltos em brumas. Lá encontraram o povo Fir Bolg, os quais derrotaram na batalha de Moytura. Posteriormente, quando os celtas invadiram a Grã-Bretanha (600-500 a.C.), os Tuatha De Danann desapareceram nos montes e bosques. Esta é a origem da crença de que as fadas habitam as áreas rurais. As lendas dos mitos celtas foram preservados em textos como "Mabinogion", o "Livro Branco de Rhyderch" (1300-1325) e o "Livro Vermelho de Hergest" (1375-1425).Todas as culturas européias, entretanto, possuem folclore envolvendo fadas. E, apesar das crenças sobre as fadas diferirem de uma cultura para outra, há dois conceitos básicos universais a todos: a distorção do próprio tempo e as entradas ocultas ao mundo das fadas.
Fonte:
Rosane Volpato

Bruxas

HISTÓRIA DA BRUXARIA
"Falar em origem da Bruxaria é o mesmo que retornar ao inicio da humanidade, quando os seres humanos começaram a despertar a sua percepção para os mistérios da vida e da natureza.



Como afirmam a maioria dos antropólogos, o ser humano habita este planeta há mais de dois milhões de anos. Mais de 3 quartos deste tempo a nossa espécie passou nas culturas de coleta e caça aos pequenos animais. Nessas sociedades não havia necessidade de força física para sobreviver, e nelas as mulheres possuíam um lugar central. As mais antigas obras de arte que representam figuras humanas são de mulheres,mães. Datando de 35.000 a 10.000 anos antes da era cristã, e descobertas pôr toda a Europa e na África, essas estatuetas de "Vênus",chamadas assim pêlos arqueólogos, mostram a plenitude de formas da maternidade e a maturidade da natureza feminina.


Desde os tempos neolíticos, a prática da Bruxaria sempre girou em torno de rituais simbólicos que estimulam a imaginação e alteram a consciência. A primeira demonstração de arte devocional forão as Madonas Negras, encontradas em cavernas do período Neolítico, então as deusas da fertilidade foram os primeiros objetos de adoração dos povos primitivos. Assim, rituais de caça, experiências visionárias e cerimônias de cura sempre tiveram lugar no fértil contexto dos símbolos e metáforas de cada cultura. Vale a pena ressaltar que nos vários sítios paleolíticos associados à imagem da Deusa foram encontrados entre eles, Laussel, Angles-sur, Cogul, La Magdaleine e Malta, só para citar alguns.

No período neolítico, Catal Hüyük é um dos primeiros e mais claramente sítios matriarcais (cerca de 6.500 - 5.700 a. C) escavados. Os vários santuários decorados com figuras da deusa-mãe e seu filho-amante não fornecem dados que apontem para o sacrifício humano ou animal, não há altares, fossas para sangue e depósitos secretos para os ossos. Nem tampouco os templos da Deusa em Marta e na Sardenha, as galerias escavadas e os círculos de pedras dos construtores megalíticos ou os sítios de Creta, apresentam qualquer evidência de que seres humanos foram em qualquer época, ritualmente assassinados. Onde o sacrifício humano é visto claramente - por exemplo, nos túmulos sagrados da cidade suméria de Ur, onde cortejos inteiros acompanhavam o rei para a morte - ele está associado à cultura já vinculada ao patriarcado.As sacerdotisas druidas da Grã-Bretanha estavam divididas em três classes. A classe mais alta vivia em regime de celibato em conventos. Essas irmandades alimentavam as fogueiras sagradas da Deusa e foram assimiladas na era cristã como monjas. As outras duas classes podiam casar e viver nos templos ou com os maridos e famílias. Eram servas acolhidas nos ritos sagrados da Deusa. Com o advento do cristianismo, foram chamadas "Bruxas".
Fonte:
Jovens Bruxas